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uitos
mitos cercam a enxaqueca.
O maior deles é que não existe tratamento para o problema, que se deve aprender
a conviver com ela. Outro é que enxaqueca se trata com analgésicos, ou seja,
sintomáticos, somente no momento das crises. Esse é um mito ainda mais
perigoso, pois geralmente leva a automedicação e ao uso excessivo de
analgésicos, que tornam na verdade a cefaleia ainda mais frequente.
Entretanto, o tratamento para enxaqueca existe sim. E deve ser
individualizado, ou seja, levar em conta toda a história do individuo, como:
- Seu tipo de enxaqueca
- Frequência das crises
- Tempo de inicio dos sintomas
- Sintomas associados à dor de cabeça
- Existência de outras doenças que são
mais frequentes em quem tem enxaqueca, como distúrbios do sono, doenças
psiquiátricas ou gastrointestinais.
Analgésico só alivia os sintomas, mas não
trata a doença
Isso não esquecendo outras doenças não relacionadas
frequentemente ao quadro, além de alergias medicamentosas que podem levar ao
problema. Ou seja, é impossível tratar de verdade a enxaqueca se automedicando.
Uma consulta detalhada com um médico especialista vai determinar qual é o
melhor tratamento para a SUA enxaqueca, ou seja, para você.
Explicando um pouco melhor, o tratamento da enxaqueca se baseia
em algumas medidas, como disse orientadas caso a caso. Antes de tudo, a pessoa
com enxaqueca deve observar atentamente possíveis situações que ajudam a
provocar a dor, os gatilhos para que as crises ou sintomas aconteçam. Exemplos
desses gatilhos são:
- Momentos de estresse
- Alterações na rotina de sono
- Menstruação
- Jejum prologado
- Barulho e claridade em excesso
- Luzes piscantes
- Movimentos bruscos
- Alguns odores
- Exercícios físicos em excesso
- Alguns alimentos, como cafeína e álcool.
Evitar, dentro do possível, se expor a seus gatilhos, ajuda no
tratamento, pois evita que algumas crises aconteçam. Esses gatilhos também
devem ser informados ao seu médico para melhor orientação.
Tratamento da crise
aguda
O medicamento vai ser orientado de acordo com as características
da sua enxaqueca, como citado acima. Pode-se usar desde analgésicos comuns, até
anti-inflamatórios e analgésicos específicos para enxaqueca, ou seja, que não
tratam outras dores. Alguns exemplos são os triptanos (sumatriptano,
naratriptano entre outros) e os ergóticos, que tem em sua composição uma
substância chamada tartarato de ergotamina. A indicação desses medicamentos
depende da intensidade e tipo de enxaqueca. Podem ser associadas outras
medicações para sintomas comumente associados à cefaleia (náuseas e vômitos)
como anti-eméticos.
Pessoas que tem um tipo de enxaqueca chamada enxaqueca com
aura, onde além da cefaleia podem ocorrer alterações visuais e
formigamentos/dormências pelo corpo, devem ser ainda mais cuidadosos ao fazer
uso desses analgésicos específicos. Existe um momento certo para usá-los e às
vezes podem até serem contraindicados. E o mais importante, não se deve usar
mais que três analgésicos por semana, pois isso já é considerado um uso
excessivo - podendo provocar cefaleia diária, a chamada enxaqueca crônica. Ou
seja, automedicação não é o caminho. Na verdade é um dos maiores problemas que
ainda encontramos para o tratamento correto da enxaqueca. Analgésico só alivia
os sintomas, mas não trata a doença.