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Ato em defesa da Escola Padre Ângelo Moretti



Destaque – O ato tenta alerta as autoridades para o grande prejuízo que será para o município com o fechamento da instituição escolar.

Fotos: Valério Gomes

N
o dia 27 de setembro de 2019 aconteceu um ato público na frente da Escola Estadual Padre Ângelo Moretti com o objetivo de debater e manifestar o posicionamento sobre o fechamento da escola, reunindo alunos e alunas, professores e professoras e outros interessados na causa da educação.   Durante o evento discutiu-se o cenário atual de cancelamento de contrato entre Governo do Estado e a Diocese de Bragança, assim como ouviu-se depoimentos de alunos atuais, professoras, e de alguns egressos da Escola – as opiniões foram unânimes pelo não fechamento da Colégio. Mas, essa é uma discussão que precisa ser ampliada junto aos pais e mães de estudantes, e a sociedade Ouremense como um todo. É comum nas conversas cotidianas entre os Ouremenses, as pessoas argumentarem que “Ourém é a terra do já teve”, cultivando certo “saudosismo”. É preciso que o Colégio Ângelo Moretti não se torne parte desse “saudosismo nocivo” e continue vivo na formação das atuais e futuras gerações de Ouremenses.

Existem boatos locais que as divergências entre o Governo do Estado e a Diocese de Bragança já foram resolvidas, tendo a Diocese aceitado as condições que estabelece a diminuição do valor do aluguel de um novo contrato, ficando a resolução da questão ao Governo do Estado. Mas nada disso é transparente, como o tema exige. Em Nota de Esclarecimento do dia 20 de setembro do corrente ano, a Diocese de Bragança exime a Paroquia local de qualquer manifestação sobre o tema, “...assunto referente a esse prédio deve ser tratado com o Padre Mayro Christyan Brito de Araújo, pessoa nomeada pela Diocese de Bragança”.



Quando a sociedade local fica “refém” de boatos sobre a suposta resolução da questão, por parte da igreja, tudo que se pode fazer são indagações. O fechamento ou não do Colégio diz respeito a toda sociedade Ouremense e as notícias não podem ficar restritas aos ambientes frequentados pela população católica apenas. Se o boato for verdadeiro porque a Diocese de Bragança não se manifesta publicamente? Nada se ouviu do representante da Igreja indicado pela Diocese de Bragança; o Padre de Ourém foi eximido pela Diocese de emitir opiniões públicas sobre o tema. Como um católico que sou, acredito que a Igreja nas suas hierarquias é uma só – do Vaticano à Bragança ou Ourém. Você Ouremense, independente de seu credo ou religião, quer uma resposta pública?

Essa falta de transparência provoca outras inquietações. Por exemplo, Ourém teve importância histórica no processo de ocupação do nordeste paraense, no qual a igreja fazia parte. Mas ao longo dos tempos, perdeu importância territorial, econômica e política na região. A igreja, no bojo do processo histórico de ocupação regional, é detentora de inúmeros imóveis na sede do município, um grande patrimônio financeiro. Será que Ourém também deixou de ter importância religiosa para a Diocese, e o Colégio está sendo parte de uma potencial barganha de interesse de venda do prédio para resolução de potencial crise econômica da Diocese de Bragança? O Estado é o cliente alvo da Diocese?

Também, em nível de boatos no município, o Estado pretende realocar os mais de mil estudantes segundaristas do Colégio para outras escolas, incluindo fora da sede do município, devido há uma suposta ociosidade de algumas salas de aula. Será que existem mesmo parâmetros técnicos para essa argumentação? Primeiro, uma escola não se resume a quantidade de sala de aula, um bom projeto pedagógico-educacional, vai muito além da estrutura física, e envolve planejamento conjunto dos diversos atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Será que essa potencial “fragmentação” contribuirá para as melhorias das condições de ensino? Como fica a realocação de alunos vindos das áreas rurais do município? E o planejamento pedagógico dos professores onde ficaria concentrado?

Finalmente, cabem outras perguntas: qual o posicionamento dos gestores municipais? Porque, por exemplo, a câmera municipal, ainda não agendou uma sessão pública para discutir o tema? O futuro dos jovens estudantes secundaristas Ouremenses ficará realmente a mercê de decisões tomadas em Belém e Bragança? Por enquanto eu fico com a mensagem dos estudantes que participaram da manifestação, que ao discutirem uma frase para ser escrita numa faixa colocada no prédio, decidiram: “Viva o Ângelo Moretti, se liga doido – não fecha!”. Nós todos precisamos ficar “ligados” com essa situação.
Texto: Dr. Carlos Valério Aguiar Gomes
Professor da Universidade Federal do Pará - UFPA

Egresso do Colégio Ângelo Moretti - Turma 1988











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1 Comentários

  1. Meu Deus isso é absurdo estudei neste colégio e tenho muito orgulho disso que Deus ilumine o poder público a se manifestar nesta causa que é todos também é uma identidade do município

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