Por G1 PA, Belém
Subiu para 28 o número de sobreviventes do naufrágio da embarcação Capitão Ribeiro no rio Xingu, ocorrido na noite da última terça-feira (22). A informação foi divulgada na tarde desta sexta-feira (25) pela Sala de Situação montada em Porto de Moz. Israel da Silva Sousa, dado como desparecido, foi encontrado com vida e, até agora, apenas uma pessoa continua desaparecida. Veja quem são as vítimas do naufrágio no Rio Xingu, no Pará.
Segundo a Sala de Situação, Israel da Silva Sousa foi resgatado por moradores de uma comunidade ribeirinha e levado para vitória do Xingu. Lá, ele recebeu atendimento e, por conta própria, seguiu para Santarém. Uma equipe da Defesa Civil foi até o local e confirmou que ele estava vivo.
Segundo as autoridades, até agora, apenas Fransico Paiva é dado como desaparecido do naufrágio e as buscas continuam. Além de mergulhadores, equipes fazem buscas visuais. Estão sendo usadas embarcações e um helicóptero pequeno.
Hoje a tarde estão sendo velados, na casa de familiares, os corpos das duas crianças encontradas. Os dois irmãos eram de Porto de Moz.
A Marinha do Brasil informou na última quarta-feira (23) que o naufrágio do navio Capitão Ribeiro, na última terça-feira (22) foi o sexto ocorrido no Pará em 2017. Segundo o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipan), o tempo estava fechado e ventava muito no momento do naufrágio.
Irregularidades
No dia do naufrágio no Rio Xingu, no Pará, o barco Capitão Ribeiro informou à Marinha do Brasil que levava apenas 2 passageiros. Em depoimento à polícia, o dono da embarcação confirmou que transportava cerca de 50 pessoas naquela terça-feira (22) e que não havia controle de quantas embarcavam em Santarém, no oeste do estado. Alcimar Almeida da Silva afirmou ainda que fez um trajeto muito maior do que o autorizado pela Marinha.
O governo do Pará, que chegou a estimar que 70 pessoas estariam a bordo, trabalha agora com o número de 52 pessoas. A embarcação não podia transportar passageiros, segundo Agência Estadual de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon-PA).
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do estado (Segup), o proprietário do barco disse à polícia, nesta quinta-feira (24), que há cerca de 3 anos viaja com autorização da Marinha até o município de Prainha (PA). No entanto, no dia do naufrágio, o barco iria para Vitória do Xingu (PA), num trajeto que é cerca do dobro do autorizado – 380 km a mais. O acidente ocorreu numa área denominada Ponte Grande do Xingu, entre Porto de Moz e Senador Porfírio.
A Marinha informou que toda vez que uma embarcação se desloca deve ser feito um "despacho de saída" comunicando o percurso, sendo que quando a rota é feita com frequência, pode ser emitido um "despacho por período", com prazo máximo de 90 dias. No caso da embarcação Capitão Ribeiro, foi emitido um despacho com prazo até 20 de outubro de 2017 para o trajeto Santarém - Prainha (PA), que é de 170 km.
O Ministério Público do Pará irá apurar se o piloto estava habilitado para conduzir o barco com aquela quantidade de passageiros. A pedido do órgão, também foi requisitado que a Polícia Civil de Porto de Moz instaure um inquérito policial para apurar a responsabilidade criminal dos proprietários da embarcação.